quarta-feira, fevereiro 23

Autossuficiência alimentar: é possível?

Em que produtos alimentares Portugal é autossuficiente? Leite, vinho e poucos mais. A dependência do exterior deixa os consumidores sujeitos às oscilações de preços, que registam aumentos até cerca de 70% em itens tão básicos como os cereais. Nunca o país esteve tão dependente do exterior para comer. É possível inverter esta situação? Podemos ambicionar alguma auto-suficiência frutícola e hortícola? Havendo produção de leite, por que razão não produzimos iogurtes ou queijo que satisfaçam toda a procura interna? Temos condições para produzir carne e peixe suficiente para alimentar o país? A agricultura pode ser uma nova área de empreendedorismo? Uma fonte de criação de emprego?

Convidados:
Maria Antónia Figueiredo, Confagri
Luís Dias, Vice-Presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal
Francisco Moreira, Direcção Liga para a Protecção da Natureza e Investigador no Instituto Superior de Agronomia
Firmino Cordeiro, Pres. AJAP – Ass. dos Jovens Agricultores de Portugal

8 comentários:

Anónimo disse...

Sim, é possível. No interior do nosso pais ainda existe muitas pessoas a viver da agricultura. Temos óptimas condições, mas é tudo uma questão de vontade política...

Martinha disse...

comecei a almoçar, ligo a tv e eis que oiço a maior barbaridade de sempre: o aumento dos incêndios está relacionado com a diminuição dos produtores de ovinos e caprinos. como???? será que ouvi bem? acho que acabaram de me deitar areia para os olhos!

cbas disse...

As poucas pessoas que conheço com cursos na área da agronomia estão a trabalhar em consultadoria, em software, em burocracia.. Não conheço ninguém que esteja a trabalhar directamente na produção agrícola.

Stonetalker disse...

Penso que para o melhor de todos, nós somos obrigados a apostar nos produtos nacionais mas também em espécies autóctones em todas as áreas da agricultura. Por vezes sou gozado, pela minha família e amigos, por recusar-me a comprar produtos não-nacionais e/ou de espécie não-autóctone. Mas o meu raciocínio parece-me lógico, se vivo em Portugal compro português de Portugal, se vivo na Suiça compro suíço da Suiça. Por um lado, ouço todos os dias as pessoas a queixarem-se do estado da agricultura e da famosa crise mas depois no supermercado, nas lojas não apostam no produto Português e a minha duvida é a seguinte, se estamos dispostos a compra um carro ou uma casa acima das nossas possibilidades, porque é que não podemos gastar mais meia dúzia de euros por mês em produtos alimentares ou outros de origem portuguesa?

Mara disse...

Sou descendente de uma família da Beira-Baixa. Na minha infância os meus avós tratavam as terras e tinham alguns animais o que lhes permitia não ser autossuficientes em termos alimentares como também tinham excedentes para vender. Tendo os meus pais vindo para Lisboa, após o falecimento dos meus avós, as terras deixaram progressivamente de ser tratadas. Conto esta história porque, pelo menos naquela região, esta situação é frequente resultando assim uma vasta de parte do nosso território abandonada. Nesta altura em que tanto se fala de desemprego valerá a pena pensar em tornar estes terrenos produtivos.

Cumprimentos,

Jorge Alves

DiasBrancoBernardoCosta disse...

Já agora seria bom dizer, para todos saberem do que estamos a falar, qual a incidência de impostos nas destilarias. Uma alarvidade!
É óbvio desde sempre, que não interessa à UE que sejamos auto-suficientes em coisa alguma. Deste modo, compramos fora. Se não tivemos dinheiro, pedimos emprestado.

DiasBrancoBernardoCosta disse...

Qual a incidência de impostos nas destilarias?
Ganha-pão de muita gente.
Tal como facto de não termos agricultura ser ganha-pão da UE.
Se tivermos dinheiro, compramos. Quando não temos dinheiro, pedimos emprestado. Funciona assim em tudo, é muito simples.

Viriato disse...

Abandonar a agricultura já é hoje um erro assumido pela maior parte das pessoas. Pagamos agora o preço da mesma com os incêndios todos os Verões. Seria preferível dar subsídios aos agricultores para manter as terras limpas. Foi noticiado há tempos um projeto de 150 mil caprinos para a zona da Guarda e Bragança em conjunto com estas regiões fronteiriças da Espanha para roer os matos, dos terrenos abandonados. Cria 600 postos de trabalho, com a produção de leite, queijo e abate. Acho o projeto interessante. Espero que siga em frente.