Com os bancos a fecharem a torneira do crédito ou a darem apenas 70% do valor da avaliação do imóvel, os portugueses que querem mudar de casa não o podem fazer e optam por investir na que têm, remodelando-a. Quem tem casa no mercado sem a habitar e não consegue vende-la devido ao excesso de oferta também opta por fazer obras para poder alugá-la. Por outro lado, o principal investimento dos municípios a partir deste ano será na reabilitação dos centros urbanos degradados, incluindo apoios aos proprietários. Mas a quem se pode entregar com confiança uma obra em nossa casa? Quem certifica estas empresas? Como escolhe-las? Que apoios existem? O Sociedade Civil assume a empreitada deste esclarecimento.
Convidados:
Fernando Santo, Colégio de Engenharia Civil da Ordem dos Engenheiros
Luís Menezes Leitão, Pres. Associação Lisbonense de Proprietários
Manuel Alvarez, Director-geral Remax
Rui Loza, Dir. Delegação do Porto IHRU
6 comentários:
Boa tarde.
Ainda não vi o up-load dos comentários que coloquei na temática de ontem e de anteontem.
Quanto ao tema de hoje, eu por acaso tenho um T3 em Viseu com garagem independente que estou a vender por 55 mil euros negociáveis e está difícil de o vender.
Quanto às ajudas de custo para obras de que falais aqui, é preciso salientar que as mesmas são somente para quem for proprietário do imóvel em causa mas com a condição de o habitar e ser a sua casa permanente. Se não houvesse essa clausula eu também pediria esse apoio obviamente.
CC
Maria Mendes
Bom dia,
Já se falou no impasse que causa os arrendamentos nos centros das cidades... mas e os milhares de imóveis que se encontram inabitados e/ou devolutos em que os proprietários dos mesmo estão à espera anos de um melhor comprador (ou seja um melhor negócio), ou andam perdidos numa confusão de partilhas de herdeiros?!
Esses prédios que até por uma gestão de segurança e higiene publica deveriam ser reabilitados e reabitados (não para dar espaço um grande prédio de escritórios, pois isso não faz um centro de uma cidade).
Aqui também deveria existir uma intervenção legislativa e sancionatória de forma a resolver estes espaços perdidos.
Cumprimentos,
Rafael Franco
O problema do financiamento vai ter de ser resolvido pela iniciativa privada. Os bancos precisam de se "desalavancar" e não têm capacidade para emprestar sem exigir garantias pessoais impossíveis de prestar pela maioria dos interessados.
O que vai resolver o caso são parceria com investidores individuais com liquidez elevada, que participem na própria criação do negócio em conjunto com quem já está no terreno. É preciso encontrar estes investidores, que estão "desaparecidos". Não se trata de capital de risco nem de investidores institucionais, mas apenas de pessoas para quem as aplicações financeiras convencionais já não são atractivas.
Sou , há quase 30 anos , sócio de uma empresa de construção com actividade na área de Lisboa.
De há 9 ou 10 anos para cá, a empresa práticamente só tem feito «remodelações» de apartamentos e moradias. Por vezes, com demolição quase integral do interior(!).
Assistimos a muitos casais (nos 35-45 anos) a adquirirem por compra ou herança, casas com cerca de 50 anos - isto é, JÁ EM BETÃO ARMADO (chamo a atenção para este "pormenor") - no centro de Lisboa (ou Oeiras, ou Cascais, etc.) - e remodelarem-nos.
Algumas destas remodelações, devidamente projectadas por Arquitectos/as da mesma geração (35-45), ficam lindíssimas. Eu diria, muito melhores do que se vê na maioria dos "prédios novos".
E, claro, fica muito mais barato do que adquirir uma casa nova, de área igual e em localização semelhante.
Tenho também visto remodelações feitas em edifícios pombalinos e «gaioleiros» que são muito bonitos, mas uma completa vergonha - onde se usa o gesso cartonado para disfarçar as insuficiências.
Devia haver alguém, uma entidade independente, para aconselhar os compradores, por exemplo, relativamente às diferenças de VALOR (e SEGURANÇA, e conforto) entre uma casa com pavimentos e estrutura em madeira e outra em Betão Armado.
Luis K. W.
Lisboa-Portugal
Concordo com o Eng. Fernando Santo, sobre o acompanhamento técnico TAMBÉM das pequenas obras de remodelação.
Há dias fui chamado para ver uma remodelação feita por uma equipa de operários de um país do Leste-Sul, em que apenas um falava - e mal - português.
O prédio, em frente da Casa da Moeda em Lisboa, misturava pavimentos em madeira com lages em betão.
Quando lá cheguei, havia paredes em alvenaria que tinham sido removidas MAS QUE FAZIAM LÁ FALTA, pois suportavam as lages de betão armado do piso de cima.
E não havia NADA a escorar aquilo.
Só por sorte é que aquilo não veio tudo parar ao rés/chão.
Curioso é que tanto a dona-de-obra como a «responsável» pelas obras eram Arquitectas.
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