terça-feira, março 1

Dor crónica

30% da população portuguesa sofre de dor crónica e custa anualmente 3 mil milhões de euros ao SNS, revela o primeiro estudo epidemiológico sobre a dor feito em Portugal. Metade desta despesa destina-se a cuidados de saúde, a restante ao absentismo e às reformas antecipadas. 35% dos portugueses diz que a sua dor crónica não está a ser bem tratada e que isto em parte se deve à fraca eficácia dos medicamentos. 31% afirma sentir dor várias vezes por mês. Mas, afinal, o que causa dor crónica? Apenas patologias crónicas, como artrite reumatóide, ou outras mais comuns, como cefaleias ou dores causadas por más posturas? Que gradações de dor existem? Só se trata com fármacos?
Os melhores especialistas em dor esclarecem hoje todas as dúvidas.

Convidados:
Jorge Cortez, Associação Portuguesa para o Estudo da Dor
Pedro Figueiredo, Fisioterapeuta
Ananda Fernandes, Ordem dos Enfermeiros
Vera Las, Instituto Português de Reumatologia

7 comentários:

Sofia Burnay disse...

gostava de saber como explicam a chamada "dor do crscimento"?
obrigada
Sofia Costa

João disse...

João

Relativamente à dor crônica muscular julgo tratar-se de uma anomalia do sensor que está interligado com o cérebro. A dor poderá ter origem onde o paciente indica, mas também poderá ter origem em outra parte do corpo e manifestar-se naquela zona iludindo o paciente. Julgo que os médicos poderiam ir mais longe, pondo a hipótese de o paciente assinar um contrato de responsabilidade e cortarem a comunicação desse nervo com o cérebro. A hipnoterapia também tem uma palavra a dizer aqui, dependendo do grau de dor, e aplicada periodicamente. O yoga é a melhor forma de prevenção.

Mara disse...

Boa tarde.

Gostaria que fosse respondido no programa de hoje se a associação portuguesa para o controlo da dor aceita, concorda e apoia as terapias alternativas (ex:reiki) para o controlo da dor.

Cumprimentos,

Vítor

Mara disse...

Boa tarde , venho dar o meu testemunho, durante anos sofri de dor de dentes ía ao dentista e ele não encontrava motivo para a minha dor mas lá iam tentando "reparar" os ditos dentes só que a dor era muitas vezes fulminante ao ponto de cada vez que vinha do dentista vinha com antibióticos e antiflamatórios isto durante anos ao ponto de ir perdendo grande parte dos meus dentes chegaram a dizer que seria uma dor "fantasma". Este meu novo dentista mandou-me para um neurologista e foi-me diagnosticado nevralgia do trigémeo e foi-me dado antiepilécticos e em sos antiflamatórios mais fortes, só que quando me da as crises são dores tão fortes e fulminantes e completamente incapacitante, a medicação atenua um pouco mas os efeitos secundários dessa mesma são um pouco difíceis de aguentar. As pessoas não conseguem acreditar ao olhar para nós o estado de dor e muitas vezes até acham que é psicológico
Os melhores cumprimentos,
Elisabete Pereira

Mara disse...

Boa tarde, o meu nome é João, tenho 34 anos e vai fazer agora em Maio 2011, 4 anos que me foi diagnosticado uma fibromialgia
associado ao síndrome de fadiga crónica e desde então que estou de baixa médica. Infelizmente o estado Português não entende
esta patologia e como tal desde os 5 meses da doença que me cortaram o subsídio de doença, alegando que esta doença não é
justificativa para isso, pois não apresento qualquer sinal visível da doença e acreditem que já fiz todos os exames possíveis e
imaginários. Mas infelizmente não é só o estado que falha e demonstra total ignorância sobre este assunto, pois também os
médicos deixam muito a desejar. Só para terem um exemplo, houve uma médica de família do meu centro de saúde, que se
recusou a passar-me baixa médica, alegando que a minha doença não era uma fibromialgia, mas sim uma preguiçite aguda
e que eu não passava de um chulo da sociedade que queria viver à custa dos meus Pais e dos contribuintes. Cheguei até a
consultar um famoso médico que escreveu inclusivamente um livro com uma conhecida jornalista, sobre esta doença e o mesmo
cobrou-me €100 pela consulta e nem sequer se levantou da secretária para me tocar e tentar perceber o que se passava comigo.
Limitou-se a dizer que o meu problema era falta de exercício e receitou-me uns medicamentos que custavam perto de €70 e que
davam apenas para 10 dias, tendo eu referido-lhe que não tenho qualquer espécie de rendimento que me possa comportar estas
despesas. Cheguei também a tentar fazer exercício em piscinas de água quente, mas até aqui passei por um verdadeiro calvário
pois como tinha de me movimentar muito devagar, devido as dores e ao esforço físico, os responsáveis do espaço (piscina municipal)
me abordaram a dizer que "empatava" as pistas e que existiam outras pessoas que queriam usufruir do espaço. Só neste País é que
nos deparamos com situações rídiculas como estas. Felizmente consegui consultar um outro médico e actualmente sou acompanhado
pelo Dr. Fernando Morgado (neurologista) e que têm sido o meu grande apoio, juntamente com a psicóloga do centro de saúde.
Actualmente tomo Tramal Retard 100mg (derivado de ópiacios e morfina), relaxantes musculares, anti-depressivos e complementos
naturais para a fadiga crónica, mas infelizmente estes não me curam, limitando-se a tirar uma pequena percentagem da dor.
Já fiz várias formas de fisioterapia mas infelizmente também não resultou. Como devem calcular a minha história não se fica por aqui,
pois eram necessárias muito mais linhas para conseguir explicar o que se têm passado comigo e a atitude da nossa sociedade para
comigo, devido à doença que me foi diagnosticada.
Muito obrigado por terem abordado este tema e desejo-vos tudo de bom.



Abraços

João

Unknown disse...

As unidades de Cuidados Paliativos em Portugal são suficientes e eficazes no que diz respeito a dar resposta por exemplo ao doente oncológico em fase terminal onde a dor é incapacitante?

Mara disse...

Boa tarde,

Sou fisioterapeuta e osteopata.

Sem colocar em causa a dor provocada nomeadamente por problemas reumatológicos e cancerígenos, muitos dos casos de dor crónica ou psicossomática como lhe chamam, são casos mal diagnosticados em termos médicos, em que se tratam apenas os sintomas e não se procura a causa real da dor, que na grande parte das vezes desses casos, se encontra distante do local dos sintomas!

São inumeros os casos que trato dentro deste quadro!

Francisco Félix