sexta-feira, março 25

Estudantes endividados

13 mil alunos já recorreram ao crédito para pagar os estudos. A banca disponibilizou cerca de 150 milhões de euros, um valor que tem tendência a crescer devido ao previsível aumento das dificuldades que os estudantes terão em suportar os estudos. Mas de que forma vão pagar estes empréstimos numa altura de desemprego crescente? Com a agravante de que a maioria optou por áreas como ciências sociais, comércio e direito – cursos que começam a dar sinais de rutura ao nível das oportunidades de trabalho. Porém, o crédito pode ser a única opção para quem quer estudar. Como obtê-lo? A quem recorrer? Para que fins: licenciaturas, mestrados, doutoramentos? Quais os cursos mais dispendiosos?

Convidados:
Luís Rodrigues, Pres. Associação Académica da Universidade do Minho
Miguel Faro Viana, APG – Ass. Port. dos Gestores e Técnicos dos Recursos Humanos
Luísa Cerdeira, Pró-reitora Universidade de Lisboa
Nuno Cavaco Henriques, SPGM, Sociedade de Investimento, SA

7 comentários:

Nuno Franco disse...

A alguns anos atrás, contrai um empréstimo para pagar a faculdade, pouco tempo depois fecharam a universidade e fui transferido a meio do ano lectivo para outra universidade, fui obrigado a pagar a propina total embora so tenha tido um semestre de aulas, no final desse ano pedi bolsa, recebi resposta um ano depois e foi recusada por falta de aproveitamento, ou seja, fui duplamente prejudicado, tive que parar este ano porque estou a dever o ano anterior logo nao me pude matricular este ano, ando a pagar dois cursos o que fechou e este que custa 1000 euros por ano.

Mara disse...

Será que vale mesmo a pena investir numa formação superior, muitas vezes contraindo um empréstimo, quando um técnico de nivel III (equivalência ao 12º ano) aufere um vencimento mensal que ronda 900€, enquanto um licenciado em enfermagem que estudou durante quatro anos para conseguir a sua licenciatura aufere um vencimento mensal de 1020€ ?

Artur Caldas
Enfermeiro Especialista em Enfermagem de Reabilitação

Susana disse...

Boa Tarde

Sou estudante-trabalhadora desde o 1º ano do curso que frequento, neste momento estou já no 3º ano, sem nenhuma reprovação e sempre conciliando o curso com o trabalho. Julgo que a curto prazo será mais difícil conciliar as duas actividades, deixando para trás, como já foi referido, tempos de lazer, mas não acarreta dividas a longo prazo como o empréstimo.
O trabalho é uma mais valia, pois ajuda a organizar o tempo e utilizá-lo da melhor forma o que faz valorizar mais o desempenho escolar.
A bolsa de estudo não me foi atribuída pela justificação de estar a trabalhar e não ter direito a tal...

Obrigada
E continuem o bom programa

Paulo Nogueira disse...

Estou na situação de empréstimo e bolsista mínima, e tenho colegas numa situação económica e social à minha com 500€ de bolsa e sem empréstimo. Pessoa que não vai pagar impostos nem crédito. Já pensei em cancelar o crédito para auferir da mesma bolsa, visto que consideram o empréstimo como rendimento quando é uma despesa. Paulo Nogueira

Mara disse...

Estou na situação de empréstimo e bolsista mínima, e tenho colegas numa situação económica e social à minha com 500€ de bolsa e sem empréstimo. Pessoa que não vai pagar impostos nem crédito. Já pensei em cancelar o crédito para auferir da mesma bolsa, visto que consideram o empréstimo como rendimento quando é uma despesa. Paulo Nogueira

Mara disse...

Boa tarde a todos,

Sou trabalhador estudante e sei bem o que custa trabalhar e estudar ao mesmo tempo, pois a gestão desse mesmo tempo muitas vezes é difícil de gerir tendo em conta as exigências das instituições em termos de prazos para entrega de trabalhos ou realização de provas mesmo com as "benesses" existentes no estatuto do trabalhador estudante.
Sou aluno de um curso de Design, mais propriamente de Design de Interiores pertencente a uma instituição pública e posso-vos garantir que para além do valor das propinas, existem despesas inerentes a este curso que o tornam no final bem mais caro do que outros cursos existentes a nível nacional, isto porque neste curso temos de realizar varias maquetes, impressões de desenhos técnicos que vão aumentando em termos de quantidade consoante o ano em que nos encontramos entre outras despesas e que por exemplo para uma disciplina o trabalho final pode rondar valores entre 100€ a 150€, isto tendo em conta que a aquisição de materiais e impressões seja feita na instituição, valor esse que é suportado na integra pelo aluno e que muitas vezes faz diferença na nota de avaliação final. Nestes cursos não existe nenhum apoio nesse sentido e o material tem de ser adquirido pelo aluno quando deveria de ser fornecido pela instituição.
Quanto ao empréstimo à banca, também tentei adquiri-lo sabendo de antemão as contrapartidas impostas no entanto foi-me rejeitado sem grande explicação aparente, mesmo tendo os meus pais e a minha companheira como avalistas a única explicação que posso encontrar é o facto de ter um filho e as despesas a ele inerentes.

Sem mais assunto,
Pedro

Mara disse...

Boa tarde,

Gostava só de vos deixar o meu caso.

Somos uma familia de três pessoas onde eu e marido estudamos, somos ambos funcionários efectivos, e já nos debatemos com a dificuldade de conseguir um emprétimo. Na nossa situação eu apenas pretendia um empréstimo de 1500 €, para o pagamento da 1ª propina, mas como somos uma família endividada e temos incumprimento no Banco de Portugal, não me foi concedido o tal emprétimo.
Facto é que conseguimos fazer um esforço e eu já estou a terminar a licenciatura, sem nunca ter chumbado. Decidimos sempre não desistir pois sem ter uma licenciatura não poderemos progredir na carreira, nem ganhar mais para cumprimos os nossos compromissos. Pena é querer tirar um mestrado- MPA, e voltar a requerer empréstimo, pois para o valor de Mestrado não consigo pagar logo de uma vez e a resposta que vou ter é NÃO por continuar com o nome no Banco de Portugal. Logo vou ter de desistir do mestrado e continuar mais ignorante num país onde se fala tanto de apostar na Educação.
Acho que nestes casos as instituições bancárias deveriam abrir uma excepção, nem que sé desse menos Plafonds inferiores.

Obrigado pela atenção

Carla