terça-feira, março 15

Guerra Colonial – o principio do fim do Estado Novo

15 de março ficou conhecido pela Zona Sublevada do Norte. Foi neste dia que a Guerra Colonial começou: o dia em que as populações brancas do norte de Angola foram massacradas.
Passaram 50 anos desde o início da Guerra Colonial, um dos mais importantes marcos da história nacional, mas a forma como foi travada, como terminou e o processo de descolonização que se seguiu continuam a dividir opiniões. Por que se manteve a rigidez da política colonial? Que soluções havia para aqueles territórios? O que pensavam os dirigentes da altura quanto à autodeterminação dos povos das “colónias”? Por que durou tanto tempo? Qual foi o papel da Igreja Católica no desenrolar desta guerra?

Convidados:
Major-General Fernando Aguda, Vice-Presidente Liga dos Combatentes
Coronel Aniceto Afonso, Investigador do Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa
Irene Pimentel, Historiadora
Luís Nuno Rodrigues, Docente e Investigador ISCTE – Departamento de História e Colaborador do IDN

5 comentários:

Mara disse...

Antes da guerra, Portugal não desenvolveu nem alfabetizou o povo das
ex-colónias, nem desenvolveu Portugal Continental.
Pergunto: Quem beneficiou com os recursos naturais da riqueza das colónias?
- Como entendem o actual enriquecimento, por exemplo, de José Eduardo
dos Santos e suas familias?
Cordiais cumprimentos,
Julia Pinho

Mara disse...

Viva!
Julgo que se deve debater a Guerra colonial com outros intervenientes e outras ideias. O Prof. Adriano Moreira deveria ser mais ouvido sobre o General/ Cor/ Deslandes e os seus planos de instauração de governos de maioria branca em Angola. Também,~, nestes debates têm sido inteiramente ignorados os planos de mudança da capital de Lisboa para Luanda.
Temos repetidamente debatido a guerra colonial sob a perspectiva dos capitães de Abril. Mas, há outras perpectivas que deveriam ser pelo menos dadas a conhecer.

Cumptos.
Adelaide Carvalho

Mara disse...

Como ex-alferes miliciano que cumpriu comissão em Angola gostaria de:
Prestar homenagem aos civis e militares mortos desde 4 de Fevereiro de 1961,
Lastimar a guerra e fenómenos sociais dela decorrentes,
O desencandear da guerra dita colonial não começou como um dos participantes civis presentes afirmou com a eleição de J. F. Kenedy, mas sim com a Conferência de Bandung (Indonésia) em 18 Abril de 1955,
Com a benevolência dos Srs. Oficiais presentes, a victória assumida em Angola, não se ficou a dever ao Gen. Costa Gomes mas sobretudo ao Gen. Bettencourt Rodrigues comandante da Zona militar Leste,
Lastimar que não se tenha abordado o impacto socio-económico durante o período da guerra sob o prisma da evolução crescente do PIB, em contraste com o actual. A história escreve-se com verdade e não com sofismas manipulados por alguns
Cumprimento especial ao Sr. Cor. Aniceto Afonso pela obra de que é co-autor co o Cor. Matos Gomes,
Melhores cumprimentos
J. M. Potes

Mara disse...

Caros Senhores e Senhoras,


Vi alguns momentos do vosso programa, que mereceu a minha melhor atenção e desde já os meus parabéns à RTP pela iniciativa e pelo ambiente de moderação excelentemente desempenhado pela jornalista presente.


Creio, no entanto, que seria bom pontualizarem que o 25 de Abril teve um capítulo trágico, que foi o da descolonização.


Neste âmbito, os militares, e particularmente os da ala comunista, entregaram Angola a um movimento local, isso é uma realidade, daí o facciosismo existente, e ao fazê-lo ignoraram também os portugueses que lá trabalhavam e enriqueciam a nação portuguesa, tinham direitos, os quais foram completamente desprezados. Enquanto detentores de direitos, enquanto residentes e forças activas daqueles territórios, foram aquelas populações vítimas dos políticos corruptos de então e dos militares vendidos ao aparelho comunista.


Angola deveria ter sido tornada independente MAS depois de assegurados os direitos a TODOS os que ali residiam (não apenas aos movimentos ditos de libertação) o que incluía os portugueses brancos, que foram desarmados pelos militares da revolução portuguesa e que ficaram à mercê não só da inoperância das tropas portuguesas mas também da habilidade dos movimentos de libertação, isto é, completamente neutralizados, incpazes de se defenderem e de fazerem uso dos seus direitos.


A imagem deixada pelos militares portugueses nessa época foi e é desastrosa e a sua retirada de Angola vergonhosa, não dignificaram o nome de Portugal, não defenderam os direitos dos portugueses que tendo nascido em Angola tinham também direitos políticos naquele território.


Isto não foi dito no programa, deveria ter sido dito, espero que reponham a verdade, que lhes pode custar a ouvir mas que corresponde à realidade.


Assim, Angola foi dada a um movimento político, diria até, outorgada ao MPLA e escamoteados os legítimos direitos das populações que tornaram aquele território no que se tornou, num imenso país de futuro.


Agradeço reponham a verdade.


Obrigado.


Cumprimentos.


Filipe Marques

Joaquim Coelho disse...

Não consigo entender a razão porque se discute a questão das guerras ultramarinas sob a óptica do desempenho militar, descorando a organização social e económica antes e durante os anos da guerra. Enquanto militar das tropas especiais, envolvido nas tramas da guerra, tive oportunidade de passar por toda a região norte de Angola e, também, Moçambique onde constatei que mais de 80 % dos recursos naturais e industriais eram pertença ou explorados por empresas estrangeiras. Logo, aquilo já não era português. Daí terem sido encontrados indícios do apoio desses estrangeiros aos Movimentos independentistas.
E muito mais tenho a dizer...