Após o turbilhão mediático das últimas semanas, o Sociedade Civil propõe-se a fazer um debate esclarecedor sobre a maçonaria, colocando em debate especialistas na matéria. O que significa pertencer à maçonaria? Que ideais a constituem? Quais as razões para que sejam vistas como sociedades secretas? Por que razão pertencer a uma associação legalmente constituída está rodeado de secretismo? A maçonaria tem, de facto, influência na vida política e económica portuguesa? Disputa o poder com a Igreja? Com que objectivos?
Há uma ou várias maçonarias? O que as distingue? Qual foi o papel da maçonaria no derrubar da monarquia?
Questões postas às claras para todos os esclarecimentos no programa de hoje.
CONVIDADOS:
Fernando Lima, Grão-Mestre do Grande Oriente Lusitano
Júlio Meirinhos, Vice-Grão-Mestre da Grande Loja Regular de Portugal
José Adelino Maltez, Prof. de Ciência Política UTL (Universidade Técnica de Lisboa)
Helena Matos, Ensaísta
4 comentários:
Os valores da maçonaria são uma coisa. A forma como os seus membros actuam são outra completamente diferente. Há muitos maçons a utilizarem a influência da maçonaria e dos seus vários membros para os seus próprios interesses que pouco ou nada têm a ver com os seus alegados princípios elevados. Não esquecer o caso do maçon Isaltino Morais. Alguém acredita sinceramente que se ele fosse apenas profano ainda estaria em liberdade, quando o caso que deu origem à sua sentença de 2 anos de prisão efectiva já transitou em julgado?
Haja bom senso.
A maçonaria é uma associação como muitas outras e existe a muitos anos. Inicialmente era uma sociedade de homens, hoje já existem ramificações que aceitam mulheres.
Antigamente só entravam aqueles que eram convidados e que tinham algum potêncial que era de interesse da maçonaria.
Infelizmente, parece que a maior parte dos líderes políticos estão dentro desta associação e estes manipulam as leis a favor dos interesses dos associados e da própria Maçonaria. Muitos dos associados políticos, não estão muito bem vistos e a própria organização é associada a más práticas "cívicas". A imagem da organização está associada cada vez mais a corrupção e não a grandes obras sociais e de interesse da comunidade.
Como qualquer outra corrente filosófica... a teoria dos seus princípios fundadores é muito louvável...
No entanto, e tal como em todas as filosofias e credos... há bons e maus seguidores...
O que me deixa curiosa, não é tanto o tão badalado segredo iniciático, mas antes, o que sucede aos membros que se revelam pouco dignos. São passíveis de serem expulsos da Loja?! Que atitudes ou "delitos" condenam a sua permanência?!
Como professora de História preocupo-me em esclarecer os meus alunos sobre os processos históricos e os seus protagonistas. A Maçonaria teve e tem, sem dúvida, um papel ativo, senão determinante, em acontecimentos históricos como as revoluções liberais, a implantação da República, entre outros. Parece-me demasiado ingénuo comparar as maçonarias a uma qualquer associação cultural ou desportiva. A(s) Maçonaria(s), como organizações de elites intelectuais, seleciona cuidadosamente os seus membros, como pudemos escutar ainda há pouco... Os meus alunos colocam-me frequentemente dúvidas sobre o verdadeiro papel e missão que se propõem os maçons, ontem e hoje, para intervir na sociedade e na política. Gostava que os ilustres convidados me esclarecessem estas questões. Obrigada.
Conceição Janeiro, professora de História.
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